Às 12h59 (Hora de Brasília) desta terça (21), começa o verão no hemisfério Sul


Na tarde desta terça-feira, dia 21 de dezembro, mais precisamente às 12h59 (Hora de Brasília), começa o verão no hemisfério Sul. A estação mais quente do ano terminará em  20 de março de 2022, às 12h33 quando terá início o outono.

“O início das estações está associado aos fenômenos astronômicos chamados solstícios (verão e inverno) e equinócios (primavera e outono) que são definidos pela posição da Terra em sua órbita em torno do Sol bem como pela inclinação do eixo de rotação da Terra em relação ao plano de sua órbita”, explica a Dra.Josina Nascimento, pesquisadora do Observatório Nacional, unidade vinculada ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI). 

Em Astronomia é comum olharmos o movimento dos astros do ponto de vista da Terra, usando, portanto, um sistema de referência geocêntrico. Assim, definimos a esfera celeste onde o equador celeste é a continuação do equador terrestre. O caminho que o Sol faz é chamado de eclíptica. 

Em seu movimento anual, o Sol cruza o equador celeste duas vezes no ano, quando ocorrem os equinócios, e está em seu ponto mais distante do equador celeste em duas vezes no ano, quando ocorrem os solstícios. Assim, no próximo dia 21 exatamente às 12h59, hora Legal de Brasília, o Sol vai atingir o seu ponto mais distante do equador celeste no hemisfério sul celeste, marcando o início do verão no hemisfério sul e o início do inverno no hemisfério norte.

Imagem de Maria de Fátima Saraiva e Kepler de Oliveira

Por causa da inclinação de aproximadamente 23 graus do eixo da Terra em relação ao seu plano de órbita, os raios solares atingem mais diretamente um hemisfério da Terra de cada vez. Quando é verão no hemisfério sul os raios solares estão incidindo diretamente no hemisfério sul, tornando os dias mais quentes e com mais horas de luz, por isso no verão os dias são maiores do que as noites. 

“Quando o Sol está no equador o feixe de raios de calor solar é dividido ao meio, incidindo cada metade em um hemisfério. Quando o Sol está mais ao norte ou mais ao sul, o mesmo feixe de energia é dividido pelo equador em dois feixes diferentes”, afirma o Prof.Roberto Boczko.

“Os efeitos das estações do ano são tão maiores quanto mais distante estamos do equador terrestre. Nas localidades próximas do equador terrestre o comprimento dos dias é praticamente o mesmo durante todo o ano e a diferenciação vai ficando cada vez maior, sendo máxima nos pólos”, completa Josina.

Há outros efeitos que são facilmente observáveis como, por exemplo,  o local onde o Sol nasce e se põe. Nos equinócios o Sol nasce no ponto cardeal leste e se põe no ponto cardeal oeste, depois se afasta desses pontos, sendo que os afastamentos máximos ocorrem nos solstícios.

Um outro efeito percebido pelo homem desde os tempos mais antigos, é a observação da sombra de uma pessoa ao meio-dia em diferentes locais e diferentes épocas do ano.  Isso está bem explicado pelo Prof. Roberto Boczko em seu maravilhoso curso Astronomia na Esfera, segunda parte, publicado pela Sociedade Astronômica Brasileira (SAB).