Com um rebanho em crescimento, o búfalo tem atraído novos adeptos à espécie no Rio Grande do Sul. A estimativa é da Associação Gaúcha de Criadores de Búfalos (Ascribu), que tem tido papel fundamental na difusão da cultura. Uma das ferramentas têm sido as feiras gastronômicas realizadas em solo gaúcho e nos países vizinhos.
Para o vice-presidente da entidade, Raphael Gonçalves, os assados de carcaça inteira, que chamam a atenção por onde são realizados, levam o sabor e a maciez da carne de búfalo para o consumidor. “É uma carne saudável, possui 40% menos colesterol, 55% menos calorias, 12 vezes menos gordura, 11% a mais de proteínas e 10% a mais de minerais”, destaca. Além da carne em si e seus diversos cortes, também está à disposição do consumidor produtos já processados como a linguiça e os hambúrgueres.
O dirigente ainda conta que o búfalo vem ocupando um espaço destacado no consórcio com a lavoura. Além disso, na Região Metropolitana de Porto Alegre, cresceu o interesse na criação de búfalos para a produção de leite. “O leite de búfalo é diferenciado, é um leite de proteína A2A2, que hoje o mercado consumidor busca. Ele é naturalmente A2A2 e produz derivados de extremo valor agregado como a burrata e a mussarela”, relata Gonçalves.
Criador na região de Lajeado (RS) e proprietário da Bufalera, Bernhard Schroers também percebeu o crescimento do interesse pelo aumento de pedidos na sua empresa. A Bufalera atende ao conceito “farm to table” onde faz venda direta ao consumidor e, em razão de questões logísticas, não tem conseguido enviar produtos para outros Estados, apesar de já ter comercializado para São Paulo, Rio de Janeiro e Santa Catarina. A alternativa da empresa tem sido indicar produtores parceiros e não deixar desatendido o mercado emergente. Com relação a quem seria este público, Schroers explica que ele é formado por famílias de alto poder aquisitivo. “O perfil do consumidor que nos procura já era, mas agora está mais intenso, mais afunilado nesse nicho de pessoas de alto poder aquisitivo, mas principalmente, que se preocupam com a origem do alimento, com a qualidade nutricional da carne, nesse ponto específico e sao pessoas que buscam, em primeiro lugar, a saúde”, explica o empresário.
O crescente interesse dos consumidores pela carne de búfalo tem refletido na busca pela ampliação de rebanhos ou na entrada de novos criadores na cadeia. “Esse interesse é por ser um animal mais rústico, extremamente precoce e, se bem manejado, extremamente dócil. E isso se percebe nos leilões que vêm ocorrendo no Estado, onde sempre que entram lotes de búfalo com qualidade, se têm procura e comercialização”, explica o vice-presidente da Ascribu.
Uma mostra deste interesse e da qualidade do rebanho gaúcho poderá ser vista no 4º Remate de Bubalinos promovido pela Santa Úrsula Remates em parceria com a Ascribu. O remate acontece no dia 8 de outubro, a partir das 18h, e haverá uma oferta de animais para iniciar ou ampliar rebanho, demonstrando seleção genética e qualidade.
Foto: Nestor Tipa Júnior/AgroEffective
Texto: Ieda Risco/AgroEffective
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