– Foto: Divulgação Emater/RS-Ascar
O monitoramento da ferrugem da soja nas lavouras gaúchas está completando dois meses. A ação faz parte do programa Monitora Ferrugem, que instalou 77 coletores em 75 municípios gaúchos no início de outubro de 2024.
A doença é causada pelo fungo Phakopsora pachyrhizi e é considerada a principal doença da cultura em nível mundial. “Já nas primeiras semanas de monitoramento nós constatamos estruturas do fungo nos coletores, possivelmente vindos de outras regiões que plantam soja antes do Rio Grande do Sul, ou de países vizinhos, já que o fungo se dissemina pelas correntes do ar e muitas regiões do Estado ainda não haviam iniciado o plantio da soja”, destaca a doutora em fitopalogia da Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi), Andreia Mara Rotta de Oliveira.
Mas a pesquisadora destaca que nas últimas duas semanas a quantidade de partículas do fungo nos coletores diminuiu bastante. “E como estamos em ano com predominância do fenômeno La Niña, a tendência é de um verão com menos chuva e com isso a expectativa é de uma safra com menos focos de ferrugem em relação à safra anterior, sob influência do El Niño”, afirma Andreia.
Dados do Informativo Conjuntural da Emater/RS-Ascar apontam que 80% da área de soja já foi plantada até o momento. A projeção é de uma área de 6 milhões 811 mil hectares no Rio Grande do Sul. “A soja é a principal cultura de verão, o que reforça a importância do Programa Monitora Ferrugem como política pública para o setor”, afirma a pesquisadora. A ferrugem asiática é considerada a doença mais importante da cultura da soja, podendo causar perdas de até 90% das lavouras.
O Programa Monitora Ferrugem é uma ação conjunta da Secretaria da Agricultura, Emater/RS-Ascar, em parceria com instituições de ensino e pesquisa do Estado. Pela Seapi, participam o Departamento de Defesa Vegetal (DDV) e três unidades do Departamento de Diagnóstico e Pesquisa Agropecuária (DDPA): o laboratório de fitopatologia, que realiza as análises de lâminas de coletores de 16 municípios, e o laboratório de agrometeorologia e climatologia agrícola, vinculados ao Centro de Pesquisa Agronômica (Ceagro), em Porto Alegre, e os Centros de Pesquisa em Sementes de Júlio de Castilhos (Cesem) e de Agricultura Digital e Irrigação de Vacaria (Cepadi), com coletores para monitoramento.
O PROGRAMA
O Monitora Ferrugem RS disponibiliza semanalmente informações sobre a ocorrência de esporos do fungo causador da ferrugem asiática, permitindo que os agricultores acessem dados atualizados sobre as áreas com maior risco de infecção. No site do programa é possível identificar, com base em dados da semana anterior, os locais mais propensos à doença. Além disso, um mapa de risco, atualizado diariamente, oferece informações sobre as condições climáticas que favorecem a incidência da doença.
Texto: Maria Alice Lussani/Ascom Seapi
Crédito foto: Divulgação Emater/RS-Ascar
Assessoria de Comunicação Social
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