Tradição e abrangência do rádio têm a preferência no meio rural


O rádio sempre foi e continua sendo um aliado fundamental da Assistência Técnica e Extensão Rural e Social (Aters), desde a fundação da Emater/RS-Ascar na década de 1950. Neste Dia Mundial do Rádio (13/2), celebramos a programação da Instituição, que alcança a totalidade dos 497 municípios gaúchos.

  No início, quando a televisão ainda engatinhava, o rádio era praticamente o único veículo de comunicação com alcance suficiente para o desenvolvimento do trabalho realizado pela Emater/RS-Ascar. Hoje, o rádio ainda ocupa um espaço de destaque junto aos agricultores familiares e, muitas vezes, a audiência é feita através da internet. Todos os programas produzidos pela Gerência de Comunicação estão disponíveis nas plataformas de streaming, Spotify e YouTube.
  A tradição do rádio resiste e se reinventa na zona rural, quando as notícias e músicas são compartilhadas entre trabalhadores e seus animais, como na propriedade rural e Queijaria Santa Isabel, da agricultora de São José dos Ausentes, Isabel Velho. “A gente ainda usa o rádio no galpão quando tiramos leite. As vacas gostam que o rádio esteja ligado e escutamos a programação toda”.
Tradição e tecnologia caminham juntas quando, apesar do pedido ser feito pelo WhatsApp, a música é ouvida no tradicional radinho de pilha ou elétrico. “Quando peço música, o locutor atende na hora e ainda comenta sobre as vaquinhas berrando ao fundo. E estamos sempre atualizados nas notícias também. Em vez de eu estar escutando uma televisão, eu gosto de ouvir o rádio porque dá para fazer o serviço ao mesmo tempo. A gente vai trabalhando, cantando junto e se divertindo”, finaliza Isabel.  A família da proprietária da Agroindústria Rincão Comprido, Edinaira Lopes, produz queijo artesanal serrano há mais de 200 anos em São José dos Ausentes. “Sempre usando o rádio, desde a sua criação, como meio de comunicação. A gente ouve no galpão enquanto ordenha as vacas e se não for música gaúcha, o leite não desce”, se diverte.
  Mesmo com as gerações mais jovens conectadas a múltiplas plataformas digitais, um público cativo ainda aprecia a simplicidade e a proximidade característica do rádio, que segue sendo um elo essencial entre o campo e o resto do mundo, mantendo vivas suas raízes na vida rural. “Gosto do estilo das rádios antigas e peço música gaúcha quase todos os dias. Mas gosto da praticidade da tecnologia atual, que possibilita fazermos os trabalhos da fazenda mais rápido, como se comunicar com os veterinários para uma ação mais rápida”, compara o filho de Edinaira, Emanuel Lopes.
    PROGRAMAS DE RÁDIO DA EMATER/RS-ASCAR
  Os programas de rádio produzidos pela Emater/RS-Ascar são distribuídos e veiculados por emissoras de todo o Rio Grande do Sul, além de disponibilizados no Spotify e YouTube. A produção contempla conteúdos distribuídos em diversos formatos, incluindo informativos técnicos, recados sociais e ambientais, entrevistas e panorama agropecuário.
  José Mário Guedes, extensionista rural social aposentado da Emater/RS-Ascar e ex-apresentador dos programas de rádio e TV da Instituição por mais de três décadas, reconhece que a comunicação é fundamental para atingir seu objetivo de levar ao produtor rural a informação que fará diferença na lida diária no campo. “É um veículo de extrema importância e um complemento da ação extensionista. O rádio acompanha o agricultor desde a alvorada até o final de sua jornada de trabalho, todos os dias da semana”, reforça Guedes.
  A primeira voz feminina do rádio na Emater/RS-Ascar e também aposentada da Instituição, Nélcia Machado Pinto, relembra sua experiência iniciada na década de 1970, quando os programas da Instituição eram apresentados pelo tradicionalista Darcy Fagundes. Em pauta, sempre os temas ligados à agricultura, pecuária e ainda assuntos da área social, saúde, saneamento e educação para a família rural. “O rádio é o maior suporte que os extensionistas sempre tiveram para seu trabalho junto aos agricultores”, ressalta.

 

Foto: Divulgação Emater/RS-Ascar
Assessoria de Imprensa da Emater/RS-Ascar
Jornalista Maria Suely Carvalho e Taline Schneider