A UFSM teve sua proposta selecionada pelo Comitê Coordenador Nacional da Rede de Universidades do Brics, a Brics Network University (Brics-NU), conforme divulgado pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). O Brics é o grupo de países de mercado emergente em relação ao seu desenvolvimento econômico. Além do Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, os membros fundadores do bloco, desde o ano passado integram a rede instituições do Egito, Irã, Emirados Árabes Unidos, Indonésia e Etiópia.
A proposta aprovada é institucional. A coordenação ficou a cargo da pró-reitora de Pós-Graduação e Pesquisa, Cristina Wayne Nogueira, mas serão os pesquisadores da UFSM que irão colaborar, no futuro, com esta rede. “Temos uma forte colaboração em diversas áreas, mas cada universidade foi selecionada em uma área específica, no nosso caso foi a de Ciências Naturais”, explica Júlio César Cossio Rodriguez, assessor do Gabinete do Reitor na Secretaria de Apoio Internacional (SAI).
Foi a primeira vez que a UFSM concorreu para integrar a rede, que realizou sua segunda chamada desde sua criação – a primeira foi há mais de 10 anos. Conforme Júlio, em função do histórico de cooperação da UFSM com universidades dos países do bloco, a proposta ficou bem avaliada e integrou os 20 selecionados do país para compor a Brics-NU. “Representa uma confirmação de que a UFSM tem uma internacionalização, agora, consolidada, que pode concorrer e ganhar editais de redes de alto nível”, destaca.
Mais interação internacional para a UFSM
Os benefícios virão a médio prazo, com maior interação com os demais países do Brics e recursos que poderão ser obtidos por meio de editais no segundo semestre deste ano e no primeiro semestre de 2026. Ainda não há previsão de valores, mas os projetos principais da rede na edição anterior do edital receberam financiamento.
Quanto à interação internacional, já estão ocorrendo reuniões entre as universidades para identificação das áreas de interação e avanços conjuntos. “Isso, sem a rede, não seria possível”, diz Julio.
As parcerias com universidades do Brics se mostraram essenciais para o desenvolvimento de inovação, pesquisa e extensão da UFSM. Alguns dados demonstram esta colaboração entre UFSM e Brics, como por exemplo a quantidade de artigos publicados em coautoria com pesquisadores lotados em universidades e academias nacionais de ciência nestes países. Segundo dados do SciVal (Elsevier), cerca de 950 artigos foram publicados de 2019 a 2025 em parceria com universidades do Brics, envolvendo mais de 250 universidades.
Dentre as principais áreas destas publicações destacam-se Química, Bioquímica Toxicológica, Ciências do Solo, Agronomia, Engenharia Elétrica, Biodiversidade Animal e Medicina Veterinária. Outras áreas também figuram como destaque, como Física, Matemática, Astronomia e Medicina.
O Brasil e a Brics-NU
Criada em 2015, a Brics-NU reúne instituições de educação superior dos países que compõem o agrupamento e tem o objetivo de fomentar pesquisas conjuntas, mobilidade acadêmica e programas educacionais inovadores em áreas temáticas de interesse comum.
Em 2024 houve o aumento no número de países participantes e o alargamento dos temas trabalhados. Originalmente, a Brics-NU dividia-se em seis áreas: Ciências da Computação e Segurança da Informação; Estudos dos Brics; Energia; Ecologia e Mudança do Clima; Recursos Hídricos e Controle da Poluição; e Economia. Cinco novos temas foram acrescidos: Ciências da Saúde; Matemática; Ciências Naturais; Ciências Sociais e Humanidades; e Agricultura Sustentável/Segurança Alimentar.
Com a nova lista de instituições participantes, o Brasil passa a ter presença em todos os 11 temas da rede — em nove casos, com duas instituições; em dois dos casos, com apenas uma. No total, e sem contar as que integram o cadastro de reserva, da lista resultante do processo seletivo figuram duas universidades do Centro-Oeste, quatro do Sul, cinco do Nordeste e nove do Sudeste, com campi distribuídos tanto em capitais quanto em cidades do interior.
Além disso, 50% das propostas selecionadas foram assinadas por pró-reitoras mulheres, como é o caso da UFSM.
Fonte Assessoria de Imprensa
Universidade Federal de Santa Maria
Comentários