.Coluna Semanal por Nilton Moreira: Limites da encarnação


“Quais são os limites da encarnação?

A bem dizer, a encarnação carece de limites precisamente traçados, se tivermos em vista apenas o envoltório que constitui o corpo do Espírito, dado que a materialidade desse envoltório diminui à proporção que o Espírito se purifica.

Em certos mundos mais adiantados do que a Terra, já ele é menos compacto, menos pesado e menos grosseiro e, por conseguinte, menos sujeito às vicissitudes.

Em grau mais elevado, é diáfano e quase fluídico. Vai desmaterializando-se de grau em grau e acaba por se confundir com o perispírito.

Conforme o mundo em que é levado a viver, o Espírito reveste o envoltório apropriado à natureza desse mundo.

O próprio perispírito passa por transformações sucessivas. Ele se eteriza cada vez mais até à depuração completa, que constitui os puros Espíritos.

Se mundos especiais são destinados, como estações, aos Espíritos muito avançados, estes últimos não lhes ficam presos, como nos mundos inferiores. O estado de desprendimento em que se encontram lhes permite ir a toda parte onde os chamem as missões que lhes estejam confiadas.

Se se considerar do ponto de vista material a encarnação, tal como se verifica na Terra, pode-se dizer que ela se limita aos mundos inferiores. Depende do Espírito, por conseguinte, libertar-se dela mais ou menos rapidamente, trabalhando pela sua depuração.

Deve também considerar-se que no estado errante, isto é, no intervalo das existências corporais, a situação do Espírito guarda relação com a natureza do mundo ao qual o liga seu grau de adiantamento.

Assim, na erraticidade, é ele mais ou menos ditoso, livre e esclarecido, conforme está mais ou menos desmaterializado. ”

Mensagem mediúnica proferida pelo Espírito São Luis, em Paris 1859, constante no E.S.E.