O Hospital Universitário de Santa Maria da Universidade Federal de Santa Maria (HUSM-UFSM), vinculado à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), expandiu seus serviços com a entrega do Ambulatório de Hemodiálise. Anteriormente, o procedimento estava disponível apenas para pacientes internados pelo Sistema Único de Saúde (SUS), mas agora, pacientes de Santa Maria e região podem realizar o tratamento de forma ambulatorial, oferecendo mais comodidade.
A entrega oficial do Ambulatório foi realizada nesta quarta-feira, 28 de maio, com a cerimônia de desenlace da fita inaugural conduzida pela coordenadora de Gestão Clínica – representando a Presidência da Ebserh, June Barreiros Freire; pelo reitor da UFSM, Luciano Schuch; pelo superintendente do Hospital, Humberto Moreira Palma; e pela chefe da Unidade de Clínica Médica do HUSM, Fernanda Pradella. A iniciativa representa um avanço significativo na assistência à saúde, permitindo que mais pacientes recebam tratamento adequado sem a necessidade de internação.
Segundo June, “O Hospital vem se destacando e está preocupado com a linha do cuidado como um todo, não apenas oferecendo procedimentos. É fundamental pensar na lógica do cuidado e em todos os seus aspectos, buscando a melhor forma de atender o paciente”. Ela também destacou que “Oferecer cuidados a nível ambulatorial significa proporcionar maior conforto ao paciente, permitindo que ele permaneça próximo da família. Além disso, cria um novo espaço para a formação de nossos médicos residentes e alunos, abrindo caminho para um processo contínuo de aprimoramento”.
“Nosso Hospital Universitário se destaca na qualificação dos serviços prestados. A gestão envolve uma complexidade significativa, mas o resultado é um atendimento de alta qualidade”, disse o reitor da UFSM. Ele também acrescentou que “Estamos comprometidos não apenas com a assistência, mas também com a formação de recursos humanos, que é um dos papéis principais do nosso Hospital, formando médicos e profissionais em todas as áreas da saúde”.
O Ambulatório conta com quatro máquinas, com capacidade para atender 16 pacientes por semana. Cada paciente realiza, em média, três sessões por semana, com o serviço funcionando nas segundas, quartas e sextas-feiras, das 7h às 19h. A equipe multiprofissional é composta por três nefrologistas, três enfermeiros, três técnicos de Enfermagem, além de assistentes sociais e administrativos. Uma das vantagens do novo serviço é a liberação de leitos, uma vez que os pacientes não precisarão mais ser internados. Atualmente, a Unidade de Nefrologia do HUSM dispõe de 11 leitos de internação.
Para Humberto, “Este é um ‘novo momento’ para o HUSM, que amplia as possibilidades de cuidado integral aos nossos pacientes. Nada disso é feito isoladamente. O sucesso é resultado de um esforço coletivo, essencial para o atendimento de qualidade no SUS”. O superintendente também salientou que “Estamos marcando uma transformação no Serviço de Nefrologia, aumentando as oportunidades de ensino e integrando outros serviços. É um caminho desafiador, mas devemos avançar um passo de cada vez. Com resiliência, alcançaremos nossos objetivos, sempre focados na construção de uma saúde melhor para nossos pacientes”.
Sobre o novo serviço do HUSM
Desde setembro de 2023, o Hospital enfrentava um represamento de pacientes prontos para alta, mas que dependiam de hemodiálise. “Isso ocorreu porque o HUSM não oferecia Serviço de Hemodiálise Ambulatorial e devido à sobrecarga das clínicas ambulatoriais da rede. Essa situação levou à mobilização de esforços para a abertura do atendimento ambulatorial”, explicou a gerente de Atenção à Saúde do HUSM, Tânia Magnago. A doença renal crônica é um grave problema de saúde pública. Entre 2015 e 2023, a região centro-oeste do Rio Grande do Sul registrou 5.192 internações por insuficiência renal, sendo 1.373 (26,4%) no HUSM, com uma média de 152,5 internações por ano.
O Ambulatório de Hemodiálise é destinado a “pacientes que necessitam de terapia renal substitutiva, mas que podem realizar o tratamento sem a necessidade de internação”, explicou a chefe da Unidade de Clínica Médica do HUSM, Fernanda Pradella. Entre as vantagens desse modelo, estão a “comodidade de poder fazer a sessão e retornar para casa, além de menores chances de infecção hospitalar”, detalhou.
A abertura do Serviço melhora a gestão dos leitos, reduzindo o tempo de internação e permitindo que novos pacientes iniciem o tratamento. Durante as sessões, os pacientes recebem cuidados integrais, orientações em saúde para eles e familiares, além de acompanhamento das medicações e dicas sobre dieta, exercícios e hidratação, visando garantir uma vida digna e saudável.
Entenda a hemodiálise e sua importância
A hemodiálise é uma terapia essencial que realiza a filtragem do sangue, substituindo a função dos rins. Segundo enfermeira responsável técnica do Ambulatório de Hemodiálise, Daiane da Silva Prates, “essa filtragem remove água e substâncias em excesso que podem prejudicar a saúde dos pacientes”. O tratamento pode ser temporário ou permanente, com sessões que duram cerca de quatro horas, realizadas três vezes por semana. As principais causas da doença renal crônica incluem hipertensão arterial, diabetes mellitus e diversas doenças renais.
A Sociedade Brasileira de Nefrologia estima que aproximadamente 3,1 milhões de pessoas no mundo convivem com doenças renais, resultando em 5 a 11 milhões de mortes anuais devido a lesões agudas e falta de acesso ao tratamento. Durante as sessões de hemodiálise, é importante monitorar os sinais vitais dos pacientes, que precisam manter um controle rigoroso da ingestão de líquidos e seguir uma dieta restritiva, além de contarem com apoio familiar para uma adaptação mais tranquila.
Sobre a Ebserh
O HUSM-UFSM faz parte da Rede Ebserh desde 2013. Vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Ebserh foi criada em 2011 e, atualmente, administra 45 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência. Como hospitais vinculados a universidades federais, essas unidades têm características específicas: atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) ao mesmo tempo que apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas e inovação.
Fonte e fotos Por Andreia Pires
Coordenadoria de Comunicação Social/Ebserh
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