Pesquisadoras do HUSM celebram o Dia Internacional das Mulheres e Meninas na Ciência
Neste 11 de fevereiro, o Hospital Universitário de Santa Maria da Universidade Federal de Santa Maria (HUSM-UFSM), vinculado à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), celebra o Dia Internacional das Mulheres e Meninas na Ciência. A data, instituída pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 2015, visa conscientizar sobre a necessidade de promover a igualdade de gênero nas áreas científicas e tecnológicas. Além disso, reforça a importância da presença feminina na produção científica e tecnológica.
Segundo dados da Unesco, apenas 33,3% dos pesquisadores no mundo são mulheres, e somente 35% dos estudantes nas áreas de ciência, tecnologia, engenharia e matemática (STEM) são do sexo feminino. No HUSM, 68% dos projetos em andamento são liderados por mulheres. Em janeiro de 2025, dos 216 projetos de pesquisa realizados, 146 estão sendo liderados por mulheres. Na extensão, a representatividade feminina é maior: de 31 trabalhos registrados, 26 são conduzidos por pesquisadoras.
A fisioterapeuta Hedioneia Maria Foletto Pivetta é a pesquisadora com o maior número de projetos em andamento no HUSM, totalizando oito pesquisas e um trabalho de extensão. A professora Eliane Tatsch Neves, também atuante no HUSM, desenvolve seis projetos de pesquisa registrados.
Protagonismo feminino
A chefe do Setor de Gestão da Pesquisa e da Inovação Tecnológica em Saúde (SGPITS) do HUSM, Letícia do Nascimento, ressaltou que “a presença feminina no HUSM se reflete também na gestão da pesquisa e inovação, onde mulheres ocupam papéis estratégicos na construção e fortalecimento da ciência no Hospital”. O SGPITS, vinculado à Gerência de Ensino e Pesquisa (GEP), é composto pelas Unidades de Gestão da Pesquisa (UGPesq) e de Gestão da Inovação Tecnológica em Saúde (UGITS), é liderado por três mulheres. Elas desempenham um papel essencial no incentivo à pesquisa e à inovação, promovendo a execução de projetos, o empoderamento de pesquisadoras e o fortalecimento da rede de ciência e tecnologia no Hospital.
Além de viabilizar projetos, essas gestoras atuam no empoderamento de pesquisadoras e na criação de oportunidades, fortalecendo o ambiente científico no HUSM. “O protagonismo feminino na pesquisa e inovação no HUSM vai além dos números. Ele reflete o compromisso das pesquisadoras e gestoras em impulsionar o desenvolvimento científico, promover um ambiente colaborativo e inspirar novas gerações de mulheres na ciência. O HUSM tem sido um espaço de incentivo e valorização da produção científica feminina, e seguimos firmes no propósito de ampliar cada vez mais essas oportunidades”, destacou Letícia.
O incentivo à pesquisa no HUSM também se concretiza por meio de programas estratégicos. Em parceria com o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e a Ebserh, são oferecidas bolsas para acadêmicos nos programas de Iniciação Científica (PIC) e Iniciação Tecnológica (PIT). Das 15 bolsas concedidas, 10 são orientadas por professoras da UFSM, e 14 dos bolsistas são mulheres. Como destacou Letícia, “os números demonstram o impacto positivo das ações voltadas ao fomento da participação feminina”.
Outro destaque é o programa “Inova HUSM – Ideias que Transformam”, desenvolvido em parceria com o Programa Inova RS. A iniciativa busca incentivar a cultura da inovação no Hospital, reconhecendo soluções criativas que melhorem serviços e processos institucionais, ampliando assim as oportunidades para pesquisadoras e profissionais de saúde.
A divulgação científica também tem espaço no HUSM. O Podcast Inova HUSM é uma ferramenta importante para dar visibilidade a iniciativas inovadoras. Dos 11 episódios gravados até o momento, seis abordam temas relacionados ao universo feminino, incluindo um episódio sobre a cartilha “Já aconteceu e agora?”, desenvolvida por uma acadêmica de Serviço Social, que aborda a conscientização sobre violência contra a mulher.
“A expressiva participação feminina na pesquisa e inovação do HUSM-UFSM reafirma o compromisso da instituição com a equidade de gênero e o fortalecimento da ciência. Seja na liderança de projetos de pesquisa e extensão, na gestão estratégica da inovação ou na orientação de novas gerações de pesquisadoras, as mulheres desempenham um papel fundamental no avanço do conhecimento e no desenvolvimento de soluções para a saúde”, compartilho Letícia. E reafirmou que “o Hospital segue promovendo ações que incentivam, empoderam e reconhecem a atuação feminina, consolidando um ambiente mais inclusivo e inovador. Neste Dia Internacional das Mulheres e Meninas na Ciência, o HUSM celebra essas conquistas e reforça sua missão de continuar ampliando oportunidades para pesquisadoras e pesquisadores, impulsionando transformações que beneficiam toda a sociedade”.
Histórias que inspiram
A professora Eliane Tatsch Neves compartilhou sua trajetória na ciência, destacando que sua paixão pela pesquisa começou ainda na graduação. “Na graduação, tive uma orientadora que havia feito o mestrado em São Paulo, algo raro na época (década de 1990) e ela me incentivou a fazer uma pesquisa como Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) com o Estágio o que, naquele tempo, não era obrigatório”, afirmou.
A carreira de Eliane inclui especialização em Saúde Coletiva, mestrado, doutorado com estágio no Canadá e pós-doutorado na USP. E compartilhou que “desde 2007, sou professora do Programa de Pós-Graduação em Enfermagem da UFSM, onde já orientei diversos alunos e desenvolvo projetos em parceria com instituições brasileiras e internacionais”.
Os principais temas de pesquisa incluem crianças com condições crônicas e complexas, crianças dependentes de tecnologia e crianças com necessidades especiais de saúde (CRIANES). “Estamos desenvolvendo tecnologias educacionais como aplicativos para cuidadores e protocolos de teleferagem para apoiar as famílias dessas crianças”, explicou. Para saber mais, confira o episódio “Apoio digital no Cuidado: Aplicativos para crianças dependentes de tecnologias hospitalares” no podcast Ciência de Ponta!
O podcast foi um dos projetos aprovados no último edital do Programa de Iniciação Tecnológica (PIT) do CNPq e da Ebserh no HUSM. Orientado pelo professor do Curso de Jornalismo da UFSM, Maicon Elias Kroth, e apresentado pela bolsista Elisa Bedin, o projeto tem apoio da Unidade de Comunicação do hospital universitário. O Ciência de Ponta é um programa que faz as pesquisas científicas, desenvolvidas no hospital universitário, chegaram ao usuário SUS em linguagem simples e sem complicação. Ouça o episódio e fique por dentro dessas e outras descobertas científicas.
Nele, a doutoranda Caren Bertoldo, com orientação da professora Eliane falam do aplicativo que oferece suporte às mães cuidadoras de crianças com necessidades complexas após a alta hospitalar.
Eliane destacou os desafios enfrentados pelas mulheres na ciência, dentre eles que “ainda há disparidades em relação à presença masculina. Muitas vezes, somos cobradas para equilibrar carreira e maternidade. Mas é possível vencer esses desafios com redes de apoio!”. Para ela, o Dia Internacional das Mulheres e Meninas na Ciência é uma oportunidade para inspirar novas gerações, pois “queremos mostrar às meninas que todas podem ser cientistas e que é possível conciliar sonhos pessoais e profissionais”.
Para as mulheres que desejam ingressar na pesquisa científica, Eliane compartilhou uma mensagem: “independentemente de gênero, raça, cor, etnia ou qualquer outra característica, somos todos seres humanos com sonhos e devemos lutar por eles. Eu sonhava em ser professora, ensinar, trabalhar com crianças e, quem sabe, ser correspondente internacional. Consegui unir todas essas aspirações por meio do desenvolvimento da Ciência. Também realizei o sonho de ser mãe, tendo dois filhos, e contei com uma rede de apoio que me permitiu perseguir essas realizações”.
Ela enfatizou a importância de lutar com determinação, ser resiliente e construir uma rede de apoio para seguir em frente. “As portas vão se abrir. É essencial aproveitar as oportunidades e fomentar redes de colaboração interinstitucional, onde todas possam se apoiar mutuamente”, compartilhou.
Além disso, Eliane ressaltou que “o olhar feminino é fundamental no desenvolvimento de métodos, na gestão de projetos e orçamentos, para podermos sentir-nos verdadeiramente participantes dessa construção coletiva que busca melhorar a qualidade de vida das pessoas e da sociedade na totalidade”.
Etapas para registro de pesquisa no HUSM
Para registrar uma pesquisa no HUSM, deve-se seguir um conjunto de etapas. O primeiro passo é o cadastro do projeto no Sistema de Rede Pesquisa Ebserh ou no Portal UFSM. Em seguida, é necessário obter a anuência institucional, conforme as diretrizes estabelecidas pelo HUSM e pela Ebserh. Para estudos que envolvem seres humanos, a pesquisa deve ser submetida ao Comitê de Ética em Pesquisa (CEP-UFSM), garantindo que todos os aspectos éticos e regulatórios sejam avaliados e aprovados. Somente após a conclusão de todas essas etapas, a pesquisa pode ser iniciada.
O HUSM oferece suporte aos pesquisadores em todo esse processo, disponibilizando orientação técnica para submissão de projetos, acompanhamento nos trâmites de aprovação e acesso à infraestrutura necessária para a execução dos estudos. Para mais informações sobre o registro de pesquisas, acesse: Pesquisa – HUSM-UFSM.
Sobre a Ebserh
O HUSM-UFSM faz parte da Rede Ebserh desde 2013. Vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Ebserh foi criada em 2011 e, atualmente, administra 45 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência. Como hospitais vinculados a universidades federais, essas unidades têm características específicas: atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) ao mesmo tempo que apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas e inovação.
Fonte e fotos por: Por Andreia Pires
Coordenadoria de Comunicação Social/Ebserh
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