Inflação fica em 0,56% em março, pressionada por alimentos


 Foto: Acervo IBGE

A inflação do país ficou em 0,56% em março, após registrar 1,31% no mês anterior. Todos os grupos de produtos e serviços tiveram alta no mês, com destaque para Alimentação e bebidas, que acelerou de 0,70% para 1,17%, com impacto de 0,25 ponto percentual (p.p.) no índice geral. O acumulado dos últimos 12 meses passou para 5,48% em março, acima dos 5,06% do mês anterior. No ano, o IPCA acumula alta de 2,04%. Em março de 2024, a variação havia sido de 0,16%. Os dados são do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado hoje (11) pelo IBGE.

O grupo Alimentação e bebidas respondeu por 45% do índice do mês. As principais altas foram no tomate (22,55%), café moído (8,14%) e ovo de galinha (13,13%), que juntos responderam por ¼ da inflação de março. O café moído já acumula uma alta de 77,78% nos últimos 12 meses.

“Para o tomate, com o calor dos meses de verão, houve uma aceleração na maturação, levando a antecipação da colheita em algumas praças. Sem essas áreas de colheita em março, houve uma redução na oferta, trazendo pressão de alta sobre os preços. Para os ovos, houve aumento por conta do custo do milho, base da ração das aves, além de estarmos no período de quaresma, com maior demanda por essa proteína”, explica Fernando Gonçalves, gerente da pesquisa.

Já o café moído acumula uma alta de 77,78% nos últimos 12 meses, “impulsionada pelo aumento do preço no mercado internacional dada a redução de oferta do grão em escala mundial, com a quebra de safra no Vietnã devido a adversidades climáticas, as quais também prejudicaram a produção interna”, destaca o gerente.

Brasilmarço 2024abril 2024maio 2024junho 2024julho 2024agosto 2024setembro 2024outubro 2024novembro 2024dezembro 2024janeiro 2025fevereiro 2025março 202500,511,5-0,5fevereiro 20251,31 %

Notas:

O grupo Transportes, com variação de 0,46%, teve o segundo maior impacto (0,09 p.p.) em março, mas desacelerou em relação a fevereiro (0,61%). O resultado foi influenciado pelo aumento da passagem aérea, que registrou o terceiro maior impacto individual no índice, ao passar de -20,46 em fevereiro para 6,91% em março.

Por outro lado, os combustíveis (0,46%), desaceleraram em relação ao mês de fevereiro (2,89%). A gasolina variou 0,51% ante os 2,78% do mês anterior, o óleo diesel 0,33% ante 4,35% e o etanol 0,16% ante 3,62%. Já o gás veicular acelerou de -0,52% em fevereiro para 0,23% em março. Destaca-se, ainda, no grupo dos transportes, a redução de 1,09% nos ônibus urbano, que comtempla o reajuste em tarifas de Porto Alegra e reduções e gratuidades, aos domingos e feriados, em Curitiba e Brasília, respectivamente.

O terceiro maior impacto (0,07 p.p.) e segunda maior variação veio de Despesas pessoais, que passou de 0,13% em fevereiro para 0,70% em março. “A aceleração em relação a fevereiro foi puxada pelo subitem cinema, teatro e concertos (7,76%), com o fim da semana do cinema que, deu descontos nos ingressos em fevereiro”, explica o gerente.

Já o grupo Habitação, que havia subido 4,44% em fevereiro, passou para 0,24% em março. A energia elétrica residencial, subitem de maior peso no grupo, desacelerou dos 16,80% do mês anterior para 0,12% em março. “Compõem essa variação o reajuste em uma das concessionárias do Rio de Janeiro e aumentos e reduções nas alíquotas de Pis/Cofins das concessionárias”, explica Gonçalves.

Também desaceleraram de fevereiro para março os grupos Artigos de residência (de 0,44% para 0,13%), Saúde e cuidados pessoais (0,49% para 0,43%) e Educação (4,70% para 0,10%), enquanto Vestuário (0,00% para 0,59%) e Comunicação (0,17% para 0,24%) registraram aceleração nos preços.

No agregado especial de serviços, o IPCA passou de 0,82% em fevereiro para 0,62% em março e o agregado de preços monitorados, ou seja, controlados pelo governo, passou de 3,16% para 0,18%.

Quanto aos índices regionais, a maior variação (0,76%) ocorreu em Curitiba e Porto Alegre por conta da alta da gasolina (1,84% e 2,43%, respectivamente). A menor variação ocorreu em Rio Branco (0,27%) em razão da queda nas passagens aéreas (16,01%) e, em Brasília (0,27%) com a redução de 24,18% no ônibus urbano.  

INPC tem alta de 0,51% em fevereiro

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) teve alta de 0,51% em março, após registrar 1,48% em fevereiro. No ano, o acumulado é de 2,00% e, nos últimos 12 meses, de 5,20%, acima dos 4,87% observados nos 12 meses imediatamente anteriores. Em março de 2024, a taxa foi de 0,19%.

Os produtos alimentícios aceleraram de fevereiro (0,75%) para março (1,08%). A variação dos não alimentícios passou de 1,72% em fevereiro para 0,32% em março. 

Quanto aos índices regionais, a maior variação ocorreu em Curitiba (0,79%), influenciada pela alta da gasolina (1,84%). A menor variação ocorreu em Brasília (-0,33%), com a redução de 24,18% no ônibus urbano.

Mais sobre as pesquisas

O IPCA abrange as famílias com rendimentos de 1 a 40 salários mínimos, enquanto o INPC, as famílias com rendimentos de 1 a 5 salários mínimos, residentes nas regiões metropolitanas de Belém, Fortaleza, Recife, Salvador, Belo Horizonte, Vitória, Rio de Janeiro, São Paulo, Curitiba, Porto Alegre, além do Distrito Federal e dos municípios de Goiânia, Campo Grande, Rio Branco, São Luís e Aracaju. Acesse os dados no Sidra. O próximo resultado do IPCA, referente a março, será divulgado em 9 de maio.

Fonte: IBGE – Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo

Agência IBGE Noticias