Irrigação é tema de painel no 43º Congresso de Municípios do RS


– Foto: Guilherme Pedrotti/ Famurs

  Os avanços e desafios da irrigação no estado diante dos impactos das mudanças climáticas na produção agropecuária, foi tema de painel na manhã desta terça-feira (6/05), no segundo dia do 43º Congresso de Municípios do Rio Grande do Sul, realizado pela Famurs, em Erechim. Autoridades do setor destacaram programas e estratégias voltadas ao fortalecimento da infraestrutura hídrica no campo.  O subsecretário de Irrigação da Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi), Paulinho Salerno, apresentou o Programa Irriga+ RS, iniciativa de fomento à irrigação no estado. Segundo ele, a primeira fase do programa contemplou pequenos produtores com até R$ 15 mil. Já na segunda fase, o foco foi nos médios produtores. Ao todo, 173 municípios encaminharam projetos, o que resultou em mais de 12 mil hectares com irrigação implantada. A meta é ambiciosa: alcançar 100 mil hectares irrigados até 2027, com incentivo à construção de reservatórios e ampliação das áreas irrigadas. O governo do Estado oferece subsídios de até 20% do valor do projeto, com teto de R$ 100 mil por produtor. O novo edital do programa está aberto até 29 de julho.
  O panorama atual da irrigação foi apresentado pelo superintendente executivo da Unidade de Agronegócios do Banrisul, Robson Santos. Ele destacou os efeitos da estiagem e também do excesso de chuvas nas últimas safras, que causaram queda de 41% na produção de grãos no estado. Atualmente, apenas 6% da área agrícola gaúcha é irrigada, embora represente cerca de 20% da área irrigada do país. Dados apresentados por Santos apontam que 18% da área rural do estado tem potencial para irrigação, sendo 5% com altíssima aptidão. O Banrisul, segundo ele, apoia esse movimento oferecendo linhas de crédito específicas para irrigação dentro do Plano Safra.
  Já o secretário-adjunto do Meio Ambiente e Infraestrutura (Sema), Marcelo Camardelli Rosa, tratou da irrigação como uma peça-chave na adaptação climática da agricultura. Ele relacionou os efeitos da estiagem com a queda de 45,6% no PIB agropecuário do estado em 2022, impulsionada pela quebra das safras de soja, milho, fumo e arroz. Diante da previsão de baixos volumes de chuva, a Sema vem implementando um plano de desenvolvimento econômico sustentável, que inclui a modernização dos sistemas de irrigação, desburocratização dos processos de contratação, o programa Barragem Segura e a ampliação do acesso à energia elétrica de qualidade por meio do programa Energia Forte no Campo. Segundo Camardelli, o objetivo é mitigar os efeitos da estiagem, melhorar o seguro agrícola e aumentar a produtividade.
  O 43º Congresso de Municípios do Rio Grande do Sul termina nesta quarta-feira (7/05), com a posse da nova presidência da Famurs para o mandato 2025/2026 e do novo Conselho Fiscal para a Gestão 2025/2027.

 

 

Por André Bresolin/Ascom Famurs