Reivindicações aos governos federal e estadual marcam ato da Abertura Oficial da Colheita do Arroz


Abertura da Colheita do Arroz – Crédito Jô Folha Divulgação.

O ato de Abertura da Colheita do Arroz e Grãos em Terras Baixas, realizado nesta quinta-feira, 20 de fevereiro, contou com a presença de diversas autoridades, produtores e entidades representativas do setor. Simbolizando a garantia da segurança alimentar, o evento ocorreu na lavoura Breno Prates, na Estação Experimental da Embrapa Clima Temperado, em Capão do Leão (RS). A exemplo do ano passado, além da colheita tradicional do arroz, também foi colhida uma lavoura de soja, simbolizando a integração das culturas.

O  presidente da Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz), Alexandre Velho, qualificou o evento como grandioso. O dirigente fez críticas  pontuais tanto ao governo federal quanto ao estadual. No caso da União, Velho pediu que a Conab venha ao Rio Grande do Sul atualizar os preços dos custos de produção. “Se eu tivesse que falar, o principal problema da lavoura de arroz é o custo alto de produção. Precisamos também que continue o livre mercado. Não aceitamos intervenções no mercado do arroz. O produtor não pode vender arroz abaixo do preço de produção. Temos prejuízo,  o que trouxe endividamento e a diminuição da nossa lavoura. E a origem deste endividamento também está muito em cima da falta de um seguro agrícola adequado”, pontuou.   

  Com relação ao governo estadual, o presidente da Federarroz referiu a necessidade de maiores reservas de água  “Como nós vamos investir em irrigação com a insegurança que temos com relação à energia elétrica? Precisamos melhorar a atuação da Agergs, que é a agência reguladora do Estado. Também como vamos aumentar ou manter a produção sem estradas adequadas?”, ponderou.  

Encerrando o ato, o governador em exercício, Gabriel Souza, referiu que o Estado produz 70% do arroz no Brasil, além da exportação para vários países. “Uma cultura que, mesmo diminuindo a área plantada em anos anteriores, esse ano ampliou a área. Porém, mais do que isso, a produtividade, que veio oriunda de muita ciência, muita pesquisa, muito apoio de assistência técnica, onde eu, naturalmente, tenho que citar a Embrapa, uma empresa de extensão rural brasileira, de pesquisa e importantíssima. Mas nós, aqui do Rio Grande do Sul, temos também o nosso Instituto Rio Grandense do Arroz, o Irga, que tem amparado imensamente o produtor”,destacou. Gabriel referiu, ainda, sobre a política de valorização salarial, tanto dos técnicos do Irga como da Agergs, no sentido de qualificar a máquina do Estado em prol do produtor.

O governador em exercício citou também um investimento de R$1 bilhão em estradas nos últimos meses.  “A irrigação é outra pauta fundamental para o Estado, até porque 40% dos produtores de arroz no Rio Grande do Sul também produzem outras culturas, como é o caso da soja. E nós temos um programa robusto, queremos muito a colaboração dos líderes do setor, dos parlamentares ligados ao setor, para que a gente consiga divulgar ainda mais o Supera Estiagem, que paga até 20% do custo do projeto de irrigação, com teto de até R$100 mil”, pontuou. Por fim, ocorreu a tradicional solenidade de descarga dos grãos das colheitadeiras no silo, simbolizando a entrega dos produtos ao mercado e aos consumidores.

 A 35ª Abertura Oficial da Colheita do Arroz e Grãos em Terras Baixas é uma realização da Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul  (Federarroz) e correalização da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), além do Patrocínio Premium do Instituto Rio Grandense do Arroz ( Irga) e apoio da Prefeitura Municipal de Capão do Leão. O evento teve como tema “Produção de Alimentos no Pampa Gaúcho – Uma Visão de Futuro”. 

Abertura da Colheita do Arroz – Crédito Jô Folha Divulgação.
Foto: Paulo Rossi e Jô Folha/Divulgação
Texto: Artur Chagas/AgroEffective