Um dos símbolos que fazem parte do patrimônio histórico de Santa Maria, a locomotiva na Avenida Presidente Vargas está revitalizada. Uma equipe da Prefeitura, por meio da Secretaria de Cultura e com apoio da empresa Sulclean, concluiu o trabalho nesta sexta-feira (16). Para preservar a máquina a vapor em desuso, toda a estrutura passou por limpeza, reparos e pintura. Os serviços tiveram início em 17 de abril. Ela está instalada no Largo da Locomotiva (Largo Evandro Behr), em frente à Biblioteca Pública Municipal Henrique Bastide, na Avenida Presidente Vargas, no Bairro Nossa Senhora de Fátima.
O local é um ponto turístico muito visitado na cidade, e em 2021 recebeu o letreiro “Eu amo Santa Maria” para despertar pertencimento nos cidadãos. Como a iniciativa é fruto de uma parceria público-privada, o Executivo Municipal não aplicou recursos na compra ou instalação do letreiro. A empresa Sulclean foi a responsável pelas etapas, assim como adotou o local, ficando responsável pela manutenção, limpeza, corte de grama e outros cuidados do Largo da Locomotiva.
Além desta locomotiva na Avenida Presidente Vargas, a Prefeitura entregou a réplica de uma minilocomotiva em abril deste ano. A estrutura fica na Praça Saldanha Marinho, no Centro de Santa Maria, sendo mais um ponto turístico e cultural do Município.
“Cuidar do patrimônio é preservar a história para que a memória se mantenha viva. A revitalização da locomotiva reforça mais um compromisso da gestão municipal de cuidar do patrimônio cultural de Santa Maria. A nossa cidade, as pessoas e os visitantes merecem”, destaca a secretária de Cultura, Rose Carneiro.
Sobre a história da locomotiva
De acordo com informações do Arquivo Histórico Municipal de Santa Maria, a peça é uma homenagem aos ferroviários que aqui se instalaram. Trata-se da locomotiva Mallet belga n°6, importada no final do século 19, pela Compagnie Auxiliaire e des Chemins de Fér au Brésil, que administrava a Viação Férrea do Rio Grande do Sul. Na década de 60, o então prefeito municipal Dr. Francisco Pereira, instalou-a na Avenida Presidente Ipiranga (hoje Avenida Presidente Vargas), como símbolo da “Cidade Ferroviária”. Título que a cidade de Santa Maria ostentou até a primeira metade do presente século.
A máquina a vapor foi fabricada em 1909 pela empresa belga Ateliers de Construction de La Meuse, e foi originalmente utilizada no porto de Rio Grande, no Sul do Estado. Posteriormente operou nas linhas da Estrada de Ferro Carlos Barbosa – Alfredo Chaves (CBAC) e na Viação Férrea do Rio Grande do Sul (VFRGS), sigla esta que carrega em sua lataria até os dias de hoje. Com bitola de um metro e número de série 2216, a locomotiva exemplifica a tecnologia e o desenvolvimento do transporte ferroviário dos tempos em que o movimento de cargas e passageiros dependia fortemente dos trens. A máquina a vapor é um símbolo da era industrial, e serviu de elo entre os processos produtivos e o crescimento das cidades gaúchas.
Ainda de acordo com o Arquivo Histórico Municipal e o Patrimônio Belga no Brasil, a data de vinda da locomotiva para a Av. Presidente Vargas foi em 1968 e desde então o Largo Evandro Behr, se destaca por abrigar a máquina a vapor que representa um capítulo importante da história ferroviária da região. Já outras máquinas a vapor do mesmo modelo 030T, como a exposta em Santa Maria, estão distribuídas em diversas cidades como Rio Grande, Canela e até mesmo na Itália. As origens da montadora são do século 16, as oficinas foram transferidas para Liège, na Bélgica, em 1835 e tomaram seu nome definitivo em 1872 sob o impulso de Charles Marcellis, que foi um mestre ferreiro de Liège.
Texto: Diniana Rubin
Fotos: Marcelo Oliveira PMSM
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