Em Santa Maria, desde 2013, o dia 27 de janeiro é marcado por atos pela preservação da memória das 242 vítimas do incêndio da Boate Kiss. Com a proximidade da data, o prefeito Rodrigo Decimo, acompanhado da vice-prefeita Lúcia Madruga, recebeu o presidente da Associação dos Familiares de Vítimas e Sobreviventes da Tragédia de Santa Maria (AVTSM), Flávio Silva, e a secretária da Associação, Maria Aparecida Neves.
A primeira reunião da gestão com representantes da AVTSM teve como objetivo reforçar a parceria do Executivo com a Associação e dialogar em relação às próximas etapas da construção do Memorial.
“Estamos em um novo ciclo, vamos estar sempre juntos com vocês, de portas abertas. E o Memorial vai ser um local para reflexão, homenagear quem já se foi, e, em especial, cumprir um papel de conscientizar a população. Quero parabenizar também a Associação por todo trabalho realizado ao longo dos anos”, refletiu o chefe do Executivo durante a conversa.
O presidente da AVTSM comentou que a parceria com a Prefeitura foi essencial para o Memorial sair do papel.
“Estamos em uma época muito importante com o julgamento do caso ainda no Supremo Tribunal Federal (STF) – o recurso dos réus vai ser julgado até fevereiro de 2025. Precisamos desse apoio e da exposição necessária. Por isso, estamos terminando os últimos ajustes para divulgar a programação da semana do dia 27 deste mês”, afirmou Flávio.
A programação em homenagem às vítimas e aos 636 feridos vai ocorrer entre os dias 24 e 27 de janeiro. O calendário dos atos vai ser divulgado pelas redes sociais da AVTSM nos próximos dias.
Acompanharam a reunião o procurador-geral do Município, Guilherme Cortez, a secretária de Governança, Carolina Lisowski, a secretária de Comunicação, Tânia Moreira, e o superintendente da Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Inovação e gestor do contrato de execução da obra do Memorial às Vítimas da Boate Kiss, Jeferson Nunes.
OBRA DO MEMORIAL
Segundo o gestor da obra, neste mês, será concluído o posicionamento das ferragens e o fechamento das caixarias, escoramentos e concretagens. Após isso, em fevereiro, inicia-se o levantamento das paredes em bloco de concreto, etapa essa que se estenderá até o mês de março.
O Memorial terá 383,65m² de área total construída distribuída em um único pavimento e inclui sala de escritório, sala multiuso, auditório, banheiros masculino e feminino, acessos ao auditório, depósito, área técnica, varanda e jardim. A construção terá uma estrutura mista de concreto armado e de madeira laminada colada (MLC).
O projeto arquitetônico foi escolhido por meio de concurso nacional aberto de arquitetura, organizado pelo Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB) do Rio Grande do Sul em 2018. Ao todo, foram entregues 121 propostas. A escolhida por unanimidade pelo júri como vencedora foi a do arquiteto Felipe Zene Motta, da empresa Motta e Zene Engenharia e Arquitetura, de São Paulo, que prevê um jardim naturalista circular de flores e um auditório. Ao redor, haverá 242 pilares de madeira, cada um representando uma vítima da tragédia.
A empresa vencedora do processo licitatório e responsável pela execução da obra é a INFA Incorporadora Farroupilha, de Triunfo. A obra está orçada em R$ 4.870.004,68, e é custeada com verbas do Fundo para Reconstituição de Bens Lesados (FRBL), do Ministério Público Rio Grande do Sul – que em maio de 2023 oficializou o repasse de R$ 4 milhões. O restante do valor (R$ 870 mil) é contrapartida da Prefeitura. O prazo para entrega é de 240 dias (8 meses).
Fonte Texto: Eduarda Paz
Fotos: Samuel Marques/PMSM
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